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Foto do escritorGabriel Dias

Lontra visita o Centro Ecológico Projeto Caiman

ILUSTRE VISITANTE

No final de junho de 2020, registramos um visitante incomum no Centro Ecológico Projeto Caiman, que é parte do Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Mata Paludosa, em Jardim Camburi, Vitória - ES. A lontra neotropical Lontra longicaudis (Olfers, 1818) que é um dos principais carnívoros dos ecossistemas aquáticos na Mata Atlântica.

O CENTRO ECOLÓGICO PROJETO CAIMAN

O Centro é o resultado de uma parceria entre o Instituto Marcos Daniel e a Prefeitura Municipal de Vitória - SEMMAM. O antigo parque da Fazendinha foi ampliado e se tornou o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Mata Paludosa, onde fica localizado o Centro Ecológico Projeto Caiman, a casa dos jacarés da Mata Atlântica. Lá são realizadas atividades de pesquisa, educação ambiental e ecoturismo.

No local você pode participar de diversas atividades, fazer piquenique, observar os animais e aprender sobre a biodiversidade dos ambientes alagados na Mata Atlântica.​ A entrada é gratuita. Abre às 8h e fecha às 17h, salvo em atividades noturnas agendadas previamente.


A LONTRA (Lontra longicaudis)

O animal é tido como predador de topo de cadeia, com importante papel no controle de populações de peixes e crustáceos dos quais se alimenta, auxiliando na regulação das comunidades aquáticas. Podem chegar a 120 centímetros e 35 quilos em fase adulta.


São mamíferos semi aquáticos, possuem um corpo hidrodinâmico, com capacidade de permanecer até seis minutos submerso e alcançar a velocidade de 12 km/h dentro da água. Sua pelagem possui duas camadas: a externa, impermeável e a interna, usada como isolante térmico.


Esses mamíferos caçam durante a noite e se comunicam por meio de marcações odoríferas. Seus hábitos os tornam sensíveis a alterações tanto na água, o que reflete na qualidade e disponibilidade de presas, como na estrutura das margens onde são encontrados os refúgios de reprodução e descanso.


NÍVEL DE AMEAÇA DE EXTINÇÃO DA LONTRA NO ES: VULNERÁVEL

O aparecimento do animal, com classificação quase ameaçada (Near Threatened - NT) pela lista internacional da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) e vulnerável na lista de Fauna e flora ameaçadas de extinção no estado do Espírito Santo, de 2019. Embora seja uma boa notícia, ainda falta muito pra se comemorar.

As lontras são consideradas as “sentinelas das águas”, pois a persistência da espécie na natureza está relacionada com a recuperação e a conservação dos rios e lagoas. Portanto, podem ser usadas como indicadores da qualidade das águas.


Embora a espécie tenha uma ampla distribuição geográfica e tolere relativamente as mudanças ambientais causadas pelo homem, a degradação de habitats aquáticos e a caça podem ser consideradas a principal razão para a extinções locais. No Brasil, a caça é crime!


REGISTRO RARO DE LONTRA EM VITÓRIA-ES

O registro da lontra, feito em uma parceria entre o Instituto Marcos Daniel e o Instituto Últimos Refúgios é muito interessante, pelo fato de, na Grande Vitória, existem poucos registros no animal.


Segundo os registros encontrados por nossa equipe, as lontras também foram registradas na bacia do rio Jucu em Vila Velha, no Mestre Álvaro na Serra e existem relatos de atendimentos pela equipe de resgate de fauna do aeroporto de Vitória.

Recebemos um alerta do vigilante do Centro Ecológico, que disse ter avistado o animal durante a noite. “A princípio não acreditei, mas colocamos câmeras especiais, com sensor de movimento, que começam a filmar quando o animal passa e conseguimos flagrar esse bicho raro”, explica Marcelo Renan, presidente do IMD.

Acreditamos que este seja um registro raro, pois desconhecemos a existência de outro vídeo, de uma lontra em seu ambiente natural, no município de Vitória-ES!


Provavelmente o animal é original da Mata Paludosa, que se estende da área administrativa da Revis até o aeroporto de Vitória. A mata é cortada pela Avenida Norte Sul, mas possui galerias fluviais, funcionando como conexão entre os dois fragmentos.


A causa mais provável para justificar o seu aparecimento no Centro Ecológico é cenário atual de isolamento social devido à pandemia causada pelo Covid-19, que ocasionou uma drástica diminuição no fluxo de carros, nas luzes, sons e vibrações. Essa mudança pode ter deixado o animal um pouco mais confortável e confiante para explorar novos lugares à procura de alimento.


O Centro Ecológico possui um lago com muitos peixes e sem competidores para as lontras. Quando o ser humano sai de cena, a natureza começa a trabalhar.

Observações como essas nos deixam muito felizes, e principalmente, reforçam a importância da criação da Revis, que protege e conserva espécies da nossa amada Mata Atlântica!

 

O Projeto Caiman é uma realização:

- Instituto Marcos Daniel; @imdbrasil


- Projeto Caiman; @projetocaiman

Parceira:

- Instituto Últimos Refúgios; @ultimosrefugios


Texto:

- Bruna Brum; @eubrunabrum

- Fernando Paulino; @fepalva_

- Gabriel Dias; @gabrielgomesdias


Agradecimentos:

- Leonardo Merçon; @leonardomercon

- Marcelo Renan Santos; @mrenansantos


Patrocínio:

- ArcelorMittal Tubarão; @arcelormittaltubarao



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